Editorial Revista Corpo Elétrico #1
por Fernanda Pacheco
Da pandemia se iluminou o caos. De todo o caos passamos a conviver com as cegueiras, tateando nossas ruínas e escombros, nos refazendo e buscando alicerces para nos mantermos humanos. Na conjuntura do atual governo, aquilo que nos arrebata mais profundamente, a arte, foi deixada de lado e banalizada por rostos plásticos. Coube a nós, artistas, músicos, escritores, pesquisadores, poetas, a resistência,o refazimento e a força de persistir no grito e na delicadeza de se evidenciar a longa vida presente nas coisas mais simples em meio ao apagão. Em diálogos constantes com amigos, fomos notando que cada qual possuía uma constelação de pessoas ao redor e que elas seguiam firmes, escrevendo, produzindo, repensando formas de chegar ao público nesse movimento frenético, mas a favor da arte. Aliás, a favor ainda mais do ser humano, da gente.
A “Corpo Elétrico” chega despretensiosamente com o intuitode receber na publicação essas pessoas e mostraro que estão fazendo,pensando e colocandona roda. Divulgar seus trabalhos e apresentá-las ao público, principalmente nesse momentode isolamento social,inseguranças, pandemia, crises e cenários perturbadores. Queremos que chegue até as pessoas uma revista digital que preste esse serviço de ampliar os horizontes, apresentar pessoas, colaborar para a circulação de ideias e escritos.
Que mesmo com o distanciamento, possamos contribuir para que as pessoas sintam seus átomos, células e nervos elétricos, vivos e pulsantes. Aproveito para agradecer imensamente a todos os(as) colaboradores(as) que participaram dessa edição de estreia, que abraçaram o projeto e confiaram anós seus trabalhos. Em especial, agradeço ao Juliano Gauche e ao Ormando zhiOmn pela parceria, debates e aprendizados.