“A Máscara da Morte Vermelha” Edgar Allan Poe (Entre Editora, 21 de Março de 2021)

“A Máscara da Morte Vermelha”

Autor: Edgar Allan Poe
Tradução e design: Ormando zhiOmn
Revisão: Halliday Fernandes
Ilustração: Harry Clarke

Gênero: Conto
Páginas: 28
Data: 2021 (21 de março, Equinócio de outono)

“A ‘Morte Vermelha’ já havia devastado o país por um longo tempo. Nenhuma pestilência nunca havia sido tão fatal, ou tão horrível. O sangue era a sua Encarnação e o seu símbolo – a vermelhidão e o horror do sangue. Haviam dores agudas, e súbitas tonturas, então havia sangramento abundante pelos poros, e morte. As manchas escarlates no corpo da vítima, e especialmente no rosto, eram a maldição da peste, que afastava o doente da ajuda e da compaixão de seus companheiros. E toda a ocorrência, progresso e término da doença, acontecia em meia hora.

Mas o príncipe Próspero era feliz e destemido e sagaz. Quando seus domínios já estavam com metade da população morta, ele convocou à sua presença mil amigos saudáveis e alegres entre os cavaleiros e damas da sua corte, e junto com eles se retirou para o isolamento profundo de uma de suas abadias em forma de castelo. Essa era uma estrutura extensa e magnífica, uma criação do próprio gosto excêntrico porém majestoso do príncipe. Um muro forte e alto a rodeava. Esse muro tinha portões de ferro. Os cortesãos, após entrarem, trouxeram fornos e martelos maciços e soldaram os parafusos. Eles resolveram não deixar meios de entrar nem de sair, para impedir impulsos repentinos de desespero ou de frenesi que viessem de dentro. A abadia foi amplamente abastecida. Com tais precauções os cortesãos poderiam desafiar o contágio. O mundo externo podia cuidar de si mesmo. Enquanto isso, era tolice lamentar, ou pensar. O príncipe havia providenciado todos os meios de prazer. Havia palhaços, havia improvisadores, havia bailarinas, havia músicos, havia Beleza, havia vinho. Tudo isso e mais a segurança estavam do lado de dentro. Do lado de fora estava a ‘Morte Vermelha’.”

Assim começa o conto “A Máscara da Morte Vermelha” de Edgar Allan Poe, publicado pela primeira vez em 1842.

Edgar Allan Poe (autor)

Muitas histórias foram contadas sobre o escritor e poeta Edgar Allan Poe, mas quantas delas são reais?

Após sua morte, em 7 de outubro de 1849, a obra de Poe ficou nas mãos do reverendo Rufus W. Griswold, pessoa com a qual Edgar A. Poe havia tido desavenças.

Os motivos para as desavenças foram críticas de Poe a uma antologia que Griswold publicou, o fato de Rufus ter sido contratado para substituir Allan como editor na revista Grahams recebendo um salário maior, e ainda uma disputa pela atenção da poetisa Frances Sargent Osgood.

Dois dias após a morte de Poe, Rufus Griswold publicou o seguinte texto na edição norturna do jornal New York Tribune:

“Edgar Allan Poe está morto. Ele morreu em Baltimore anteontem. Este anúncio vai surpreender muitos, mas poucos ficarão de luto por ele. O poeta era conhecido, pessoalmente ou pela reputação, em todo o país; tinha leitores na Inglaterra, e em vários dos estados da Europa Continental; mas tinha poucos ou nenhum amigo; e os lamentos pela sua morte serão propostos principalmente pela consideração de que nele a arte literária perdeu uma das suas estrelas mais brilhantes porém errática.”

Embora Griswold diga que Poe é conhecido e lido em todo o país e até na Europa, ele diz que Poe tinha poucos ou nenhum amigo, e que poucas pessoas ficariam de luto por sua morte. Chama Poe de estrela brilhante porém errática.

No mesmo mês Griswold publicou um texto mais longo e mais negativo em relação ao recém falecido Edgar. E essas declarações vinham do executor literário de Poe, o próprio Rufus.

Entre 1850 e 1859 foram publicados os quatro volumes da obra “The Works of the Late Edgar Allan Poe” editada por Rufus. Nessa obra está incluso um texto chamado “A Memoir” em que Griswold fala sobre a vida de Poe.

O texto de Rufus foi considerado válido por décadas, e mencionado como fonte e referência para outras biografias. Esse texto continha inverdades e exageros, mentiras que se repetem até hoje.

Em 1941, com a publicação de “Edgar Allan Poe: A Critical Biography” escrita por Arthur Hobson Quinn, uma biografia mais real de Poe foi apresentada ao mundo.

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